quarta-feira, novembro 17, 2010

O Papel e a Caneta

Bom, esse é um texto meio poético que escrevi em 2002... :)
Eu estava meio apaixonadinha... rsrs


O Papel e a Caneta

Tenho.
Tenho que parar tudo. Tudo tem que parar.
Preciso escrever. Preciso, pelo menos, escrever...
Preciso documentar esse momento da minha vida
ou, num desabafo, dizer o que sinto.
Faz um bom tempo que não faço às pazes com o papel e a caneta.
Quem sabe isso não é uma reconciliação?
A hora chegou.

Como posso passar por isso, por esses momentos,
viver situações e não sentir nada?
Não consigo.
Minha condição de humana, de mulher
e principalmente de carente não me permite tal proeza:
ignorar que essas situações me conduzem à paixão.

Disse a ele que ele é uma pessoa apaixonável.
Ele riu, achou estranho e diferente.
Eu queria ser diferente, essa era a intenção.
Gosto de surpreender e ser guardada na memória com destaque.

Tenho.
Tenho receio, não medo, mas receio de que dê tudo errado.
Não quero ter uma queda do alto da escada, quando no fim desta a porta não se abrir.
Prefiro ficar nos primeiros degraus lançando pedrinhas para ver se ela se abre.
Se abrir, subo correndo e feliz como uma criança atrás do brinquedo.
Se não, triste desço os poucos degraus que subi.
Não sei se é o melhor que possa se fazer
mas prefiro.

Confesso que seu olhar, mesmo ainda sem magia, me encanta;
seu olhar que nada vê, nada prova, meio perdido no espaço e no tempo.
Seu beijo... vontade.
Seu abraço... conforto... colo...
Gosto de você na minha cama,
gosto de você no meu sofá, no meu banheiro...

Confesso que, depois desses momentos juntos,
depois de tantos separados e desconhecidos, vai ser difícil não pensar em você.
Vai ser difícil não lhe ligar.
Vai ser difícil não erguer uma bandeira e balançar pra você me ver.

Mas sei que é preciso.
É preciso que você sinta saudades minhas para que eu me torne encantada para você.
Para que esses momentos juntos se tornem mais valiosos e incomuns.
Sentindo minha falta,
quem sabe não invado seus pensamentos e os marco com um beijo?
Ainda bem que tenho o papel e a caneta
Para me segurar aqui,
sentada ao lado do telefone e conseguir não ligar.

Você, do outro lado da linha,
será que pensa em mim?
Será que sobe os mesmos degraus que eu?
Isso só o tempo poderá dizer.
Este mesmo tempo que na presença corre como o vento
E na ausência soa em tic-tacs torturosos.

Obrigada meu anjo,
Obrigada papel, obrigada caneta,
Quem sabe formaremos, um dia, um quarteto sublime?
Eu, você, o papel e a caneta.

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